Teócrito dedica o poema a Aratos, personagem que aparece no Idílio VII. A cena se passa ao meio-dia de verão, em uma fonte de água
fresca nas pastagens. Os personagens Dáfnis e Damoetas se encontram nesse ponto e partem para uma disputa amigável de canções bucólicas. Cada personagem canta uma canção
separada por verso de transição (v 20). Após uma breve introdução (v 1-5), Dáfnis
canta para Polifemo como a Ninfa Galatéia está fazendo de tudo para atrair a
atenção e o amor do ciclope mas ele parece não se dar conta (v 6 – 19).
Damoetas, por sua vez, personifica Polifemo e declara na canção que ele vê sim o que a
Ninfa está fazendo e que a sua indiferença é consciente, já que seria uma
maneira dele assegurar esse amor (v 21 – 40). Uma breve narrativa
anuncia que a disputa chegou ao fim sem vencedor, mas em perfeita harmonia (v
41- 46). A menção a uma previsão odiosa de um adivinho chamado Télemo no verso 23 é possivelmente uma curiosa referência ao futuro cegamento que ocorrerá ao ciclope no que é narrado por Homero na Odisséia.
Idílio VI
ΘΕΟΚΡΙΤΟΥ
ΒΟΥΚΟΛΙΑΣΤΑΙ
ΔΑΜΟΙΤΑΣ
ΚΑΙ ΔΑΦΝΙΣ
Δαμοίτας καὶ Δάφνις ὁ
βουκόλος εἰς ἕνα χῶρον
τὰν ἀγέλαν ποκ’, Ἄρατε,
συνάγαγον· ἦς δ’ ὃ μὲν αὐτῶν
πυρρός, ὃ δ’ ἡμιγένειος·
ἐπὶ κράναν δέ τιν’ ἄμφω
ἑσδόμενοι θέρεος μέσῳ ἄματι
τοιάδ’ ἄειδον.
πρᾶτος δ’ ἄρξατο Δάφνις,
ἐπεὶ καὶ πρᾶτος ἔρισδεν. 5
ΔΑΦΝΙΣ
βάλλει τοι, Πολύφαμε, τὸ
ποίμνιον ἁ Γαλάτεια
μάλοισιν, δυσέρωτα καὶ αἰπόλον
ἄνδρα καλεῦσα·
καὶ τύ νιν οὐ ποθόρησθα,
τάλαν τάλαν, ἀλλὰ κάθησαι
ἁδέα συρίσδων. πάλιν ἅδ’,
ἴδε, τὰν κύνα βάλλει,
ἅ τοι τᾶν
ὀίων ἕπεται σκοπός· ἃ δὲ βαΰσδει 10
εἰς ἅλα δερκομένα, τὰ δέ
νιν καλὰ κύματα φαίνει
ἅσυχα καχλάζοντος ἐπ’ αἰγιαλοῖο
θέοισαν.
φράζεο μὴ τᾶς παιδὸς ἐπὶ
κνάμαισιν ὀρούσῃ
ἐξ ἁλὸς ἐρχομένας, κατὰ
δὲ χρόα καλὸν ἀμύξῃ.
ἃ δὲ καὶ αὐτόθε τοι
διαθρύπτεται· ὡς ἀπ’ ἀκάνθας 15
ταὶ καπυραὶ χαῖται, τὸ
καλὸν θέρος ἁνίκα φρύγει,
καὶ φεύγει φιλέοντα καὶ
οὐ φιλέοντα διώκει,
καὶ τὸν ἀπὸ γραμμᾶς κινεῖ
λίθον· ἦ γὰρ ἔρωτι
πολλάκις, ὦ Πολύφαμε, τὰ
μὴ καλὰ καλὰ πέφανται.
Τῷ δ’ ἐπὶ Δαμοίτας ἀνεβάλλετο καὶ τάδ’ ἄειδεν. 20
ΔΑΜΟΙΤΑΣ
εἶδον, ναὶ τὸν Πᾶνα, τὸ
ποίμνιον ἁνίκ’ ἔβαλλε,
κοὔ μ’ ἔλαθ’, οὐ τὸν ἐμὸν
τὸν ἕνα γλυκύν, ᾧ ποθορῷμι
ἐς τέλος (αὐτὰρ ὁ μάντις ὁ Τήλεμος
ἔχθρ’ ἀγορεύων
ἐχθρὰ φέροι ποτὶ οἶκον, ὅπως
τεκέεσσι φυλάσσοι)·
ἀλλὰ καὶ αὐτὸς ἐγὼ
κνίζων πάλιν οὐ ποθόρημι,
25
ἀλλ’ ἄλλαν τινὰ φαμὶ
γυναῖκ’ ἔχεν· ἃ δ’ ἀίοισα
ζαλοῖ μ’, ὦ Παιάν, καὶ
τάκεται, ἐκ δὲ θαλάσσας
οἰστρεῖ παπταίνοισα ποτ’
ἄντρα τε καὶ ποτὶ ποίμνας.
σίξα δ’ ὑλακτεῖν νιν καὶ
τᾷ κυνί· καὶ γὰρ ὅκ’ ἤρων,
αὐτᾶς ἐκνυζεῖτο ποτ’ ἰσχία
ῥύγχος ἔχοισα 30
ταῦτα δ’ ἴσως ἐσορεῦσα
ποεῦντά με πολλάκι πεμψεῖ
ἄγγελον. αὐτὰρ ἐγὼ κλᾳξῶ
θύρας, ἔστε κ’ ὀμόσσῃ
αὐτά μοι στορεσεῖν καλὰ
δέμνια τᾶσδ’ ἐπὶ νάσω·
καὶ γάρ θην οὐδ’ εἶδος ἔχω
κακὸν ὥς με λέγοντι.
ἦ γὰρ πρᾶν ἐς πόντον ἐσέβλεπον,
ἦς δὲ γαλάνα, 35
καὶ καλὰ μὲν τὰ γένεια,
καλὰ δέ μευ ἁ μία κώρα,
ὡς παρ’ ἐμὶν κέκριται,
κατεφαίνετο, τῶν δέ τ’ ὀδόντων
λευκοτέραν αὐγὰν Παρίας ὑπέφαινε
λίθοιο.
ὡς μὴ βασκανθῶ δέ, τρὶς
εἰς ἐμὸν ἔπτυσα κόλπον·
ταῦτα γὰρ ἁ γραία με
Κοτυτταρὶς ἐξεδίδαξε 40
[ἃ πρᾶν ἀμάντεσσι παρ’ Ἱπποκίωνι
ποταύλει].
Τόσσ’ εἰπὼν τὸν Δάφνιν ὁ
Δαμοίτας ἐφίλησε·
χὢ μὲν τῷ σύριγγ’, ὃ δὲ
τῷ καλὸν αὐλὸν ἔδωκεν.
αὔλει Δαμοίτας, σύρισδε
δὲ Δάφνις ὁ βούτας·
ὠρχεῦντ’ ἐν μαλακᾷ ταὶ
πόρτιες αὐτίκα ποίᾳ. 45
νίκη μὲν οὐδάλλος, ἀνήσσατοι
δ’ ἐγένοντο
Tradução Idílio - VI
Os Bucoliastas Dáfnis e
Dametas
Dametas e Dáfnis, o bucólico, para uma
mesma terra
o rebanho certa vez, ó Arato, juntos
conduziram. Era um deles
afogueado e o outro de barba rala, junto a fonte ambos
sentados ao meio dia de verão, eles
cantavam.
Primeiro começou Dáfnis, uma vez que
primeiro desafiou: 05
"Lança para o teu rebanho, ó Polifemo,
Galatéia
as maçãs, chamando-te de cabreiro desamado.
E tu agora nem olhas para ela, pobre
pobre, e continuas assim,
doce na siringe, e ela em
resposta, vê só, joga para a cachorra também,
a que te segue como uma vigia das
ovelhas, e ela então late 10
encarando o mar e a ela as belas
ondas refletem,
calmas e ressoantes, enquanto corre
pela beira do mar.
Cuide para que ela não se lance sobre
as canelas da moça
que emerge marítima, para que não lhe
arranhe a bela pele.
E de lá também ela te provoca, como
do cardo 15
a seca folhagem, quando o verão
abrasa tal beleza.
E foge quando ele a ama, e o persegue
quando ele não a ama.
E a partir da linha move a pedra°. Pois de fato com o Eros,
muitas vezes, ó Polifemo, as não
belas, belas se revelam”
Depois disso, Dametas também
lançou-se a cantar: 20
“Vi sim, por Pã, quando acertou o
rebanho,
não me escapou, não ao meu único e doce
olho, e que com ele eu olhe
até o fim, e que o adivinho Télemo, que
prediz coisas odiosas,
leve essas odiosas
para casa e asssim guarde-as para seus filhos.
E eu também provocando-a de volta
não olho, 25
e alguma outra mulher digo ter, e ela
ouvindo-me,
tem ciúme, ó Pã, e se desfaz, e
saindo do mar
se enfurece e fica olhando para os
antros e os rebanhos.
Eu também estumei a cachorra a latir
para ela, pois quando a amava
ela chorava trazendo o focinho para
junto do quadril. 30
Talvez, me vendo fazer estas coisas, ela enviará
um mensageiro, Eu então fecharei as
portas até que ela jure
para mim que vai estender os belos
leitos sobre essa ilha,
pois nem mesmo tenho uma forma feia,
como falam de mim,
e ontem mesmo, olhava para o mar e
havia uma calma, 35
e bela a barba e bela a minha única
pupila,
como por mim era julgada e ele
refletia o brilho de meus dentes,
mais branco do que o que aparecia na
pedra de Paros.
E para que não seja invejado, cuspi
três vezes contra o meu peito
Pois essas coisas, a velha Cotitáris
me ensinou” 40
...........................................................................
Estas dizendo, Dametas ao Dáfnis
beijou,
ele dá a este uma siringe, este dá a
aquele, um aulo,
logo dançavam na relva macia os
jovens garrotes,
45
vitória de nenhum, invictos tornaram-se.