segunda-feira, março 31, 2014

Odisséia Canto XIX - Fala da Euricléia - Versos 361 - 381

Mais um fragmento homérico, este é um lamento da escrava pelo e para Odisseu, que estava disfarçado de mendigo na sua frente. Acabou saindo como se ela já tivesse o reconhecido, mas maneirasse no discurso. Esse tom não foi proposital, o lance é que ela começa se dirigindo a Odisseu como numa prece e depois se dirige ao mendigo sem muita separação.



Odisséia Canto XIX - Fala da Euricléia
Versos 361 - 381

Assim então falou E a velha cobriu com as mão a face
Lágrimas caíram quentes E palavras doloridas disse:
“Ai de mim eu de ti Filho desamparado Que Zeus
dentre os homens odiou com um ânimo devoto
Pois ainda nenhum dos mortais a Zeus relâmpago
Gordas partes queimou Nem excelentes hecatombes
Quantas tu a ele oferecia Orando para que pudesse chegar
a velho ilustre e criar um brilhante filho
E agora só a ti priva totalmente o dia do retorno
Assim também ausente zombavam dele as mulheres
de estrangeiros de terras distantes Se chegasse numa casa nobre
Como de ti todas estas cadelas zombam
Tu que agora evitando o insulto e as ofensas
não permites ser lavado Mas comigo sem relutar ordenou
a jovem de Ícaro Prudente Penélope
Por isso vou-te os pés lavar Por causa dela Penélope
e tua Uma vez que me comove dentro o íntimo
com tristezas Mas vá agora ouça a palavra Esta que falo
Muitos estrangeiros experimentados aqui chegaram
Mas de modo algum declaro um parecido assim na vista
Como tu no porte na voz e nos pés com Odisseu parece”


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