Mais um fragmento homérico, este é um lamento da escrava pelo e para Odisseu, que estava disfarçado de mendigo na sua frente. Acabou saindo como se ela já tivesse o reconhecido, mas maneirasse no discurso. Esse tom não foi proposital, o lance é que ela começa se dirigindo a Odisseu como numa prece e depois se dirige ao mendigo sem muita separação.
Odisséia Canto XIX - Fala da Euricléia
Odisséia Canto XIX - Fala da Euricléia
Versos 361 -
381
Assim então
falou E a velha cobriu com as mão a face
Lágrimas
caíram quentes E palavras doloridas disse:
“Ai de mim
eu de ti Filho desamparado Que Zeus
dentre os
homens odiou com um ânimo devoto
Pois ainda
nenhum dos mortais a Zeus relâmpago
Gordas
partes queimou Nem excelentes hecatombes
Quantas tu a
ele oferecia Orando para que pudesse chegar
a velho
ilustre e criar um brilhante filho
E agora só a ti priva totalmente o dia do
retorno
Assim também
ausente zombavam dele as mulheres
de
estrangeiros de terras distantes Se chegasse numa casa nobre
Como de ti
todas estas cadelas zombam
Tu que agora evitando o insulto e as ofensas
não permites ser lavado Mas comigo sem relutar ordenou
a jovem de
Ícaro Prudente Penélope
Por isso
vou-te os pés lavar Por causa dela Penélope
e tua Uma
vez que me comove dentro o íntimo
com
tristezas Mas vá agora ouça a palavra Esta que falo
Muitos
estrangeiros experimentados aqui chegaram
Mas de modo
algum declaro um parecido assim na vista
Como tu no
porte na voz e nos pés com Odisseu parece”