quarta-feira, novembro 26, 2008

Fragmentos Pré-socráticos sobre os opostos e a Harmonia.

Anaximandro

Fragmento B 1 (Simplício, Física) “Princípio... Disse, dos entes, o ilimitado... a partir deste a gênese é para os entes e corrupção a estes gera de acordo com o que tem que ser, pois os próprios entregam justiça e injustiça uns aos outros segundo o arranjo do tempo.”


Filolau

Testemunho A 23: “... e outra opinião então é transmitida a respeito da alma... pois dizem a própria uma certa harmonia ser mistura e síntese dos contrastes, e o corpo composto a partir de contrastes.”

Fragmento B 10:“A Harmonia de tudo a partir de contrastes é gerada. Pois é a harmonia a união dos multimisturados e o acorde dos pensado separado.”


Heráclito

Fragmento B 57:
“O educador da maioria Hesíodo; Este se coloca tendo sabido mais, ele dia e noite não conhecia, pois é um.”


Fragmento B 10 (Aristóteles, Do Mundo):
“Conjunto o todo e não todo, concorde e desacorde, tonal e atonal; de tudo um e do um, tudo”.


Fragmento B 60 (Hipólito, Refutações)
“O caminho acima e abaixo uno e o mesmo.”


Fragmento B 8 (Aristóteles, Ética)
“Os opostos compõem e da decomposição a mais bela Harmonia.”


Fragmento B 111 (Estobeu, Florilégio)
“A doença faz a saúde agradável e boa, a fome o fastio, cansaço o repouso.”


Fragmento B 126 (Tzetes)
“As frias se aquecem, o quente se esfria, o molhado seca, o ressecado umidece.”

domingo, novembro 16, 2008

Tradução Teogonia Hesíodo Proêmio





Hesíodo - Teogonia




Das musas heliconianas comecemos o cantar
Tendo elas o Hélicon monte grande e sagrado
Em torno da mina violeta corpos tenros e
Cirandas no altar do vigoroso filho do Tempo
E tendo lavado a lisa pele no Permerso 5
ou na mina da égua ou no Olmeio santo
No topo do Hélicon fizeram coros
Belos Amenos Bateram os pés
Vieram provocando Se ocultando nos muitos ares
Noturnos seguiam espalhando belos rumores e 10
Hineando Zeus escudeiro A senhora Hera
Arguéia nas douradas sandálias calçada
A virgem do porta-escudo Zeus Brilha-olhos Atena
Febo Apolo Artêmis verte-flecha
E Poseidon que sustenta a terra e a faz tremer 15
Thêmis-augusta e espirala-olhos Afrodite
Hebe de ouro coroada e Dione bela
Leto Jápeto e também o Tempo de curva astúcia
Aurora o mega Sol Brilhante Lua
Terra o mega Oceano Noite negra 20
E outros imortais sagrado gênero dos que sempre são
Elas que a Hesíodo ensinaram um belo canto
Quando Cabras pastoreava sob o Hélicon santo
Assim primeiro as deusas com palavras me disseram
Musas olimpíades jovens do Deus porta-escudo: 25
“Pastores agrários, maldosas ofensas, buchos somente.
Sabemos muitos falseios falar, semelhantes ao legítimo.
E sabemos, quando queremos, verdades proferir.”
Assim disseram as jovens do mégalo Zeus de reta fala
E pra mim um cetro doaram De louro viçoso ramo 30
tendo colhido Admirável E sopraram em mim um canto
divino Para gloriar o que há de ser antes sendo
E me levaram a hinear o venturoso gênero dos que sempre são
Elas delas primeiro e também por último sempre cantar
Mas porque isto para mim em torno do cedro e da pedra? 35
Eia! Das musas comecemos Elas ao deus pai
Hineando alegram o mega pensar dentro do Olimpo
Anunciando o que há de ser antes sendo
Vozes consoantes incansáveis fluem delas
pelas bocas agradáveis Riso então nos domínios do Pai 40
Zeus estrondoso Divinas com voz liriosa
Espalhando ressoa no auge do nevoento Olimpo
Domínio de imortais Elas que lançam imbrotáveis rumores
Dos deuses gênero augusto Primeiro glorificam com canto
Do princípio Os queTerra e Oceano amplo geraram 45
E dos que deles surgiram Deuses doadores de bênçãos
Em segundo então Zeus dos deuses pai e também dos homens
[E hineam começando com as deusas terminam o canto]
Tão mais bravo é dos deuses em poder o maioral
E de novo dos homens à raça dos governantes gigantes 50
Hineando alegram o pensamento do Deus dentro do olimpo
As Musas olimpíades jovens do Deus porta-escudo
As que na Piéria o do Tempo pôs Ao pai misturada
Memória Guardiã da serra Eleutéria
Esquecimento dos males repouso das aflições 55
Por nove noites misturava-se a ela o ardiloso Zeus
Longe dos imortais No sagrado leito penetrando
Mas quando era um ciclo em torno voltaram as estações
E os meses que definham por muitos dias completou
Ela gestou nove moças parceiras e a elas o canto 60
Importa no peito tendo despreocupado o íntimo
Um pouco do mais alto cume do nevoento Olimpo
Lá para elas untuosos coros e belas moradas
E junto delas Graças e Desejo têm casa
nas folias e pela boca um rumor amável lançando 65
Cantam de todos normas e hábitos sábios
Dos imortais glorificam desejável rumor lançando
Elas foram para o Olimpo gabadas de bela voz
E imortal canto Perto gritava a terra escura
Hineando amável Um surdo som sob os pés era provocado 70
Indo para o pai o que no céu reina
O próprio que tem o trovão e o raio fulminante
Em poder vencido ao pai Tempo O bem de cada
Aos imortais apontou normas e anunciou honras
Isto assim as Musas cantavam tendo Olímpia morada 75
Nove filhas do mégalo Deus tendo nascidas
Clio Euterpe Taleia Melpomene
Terpsicore Erató Polímnia Ourania
E Calíope que é a mais distinta de todas
Pois ela junto aos reis no canto acompanha 80
Qualquer que venere do Deus as jovens do mégalo
E nascendo vejam Reis nutridos por Deus
Ao que sobre a língua doce orvalho derramam
Dele palavras da boca escorrem meladas e o povo
Todo olha este apartar pelejas 85
Com reta justiça O infalível falar na ágora
Ligeiro o mega debate atento resolve
Por isso Reis prudentes por isso aos povos
Que se ferem na ágora reverte as obras e termina
Facilmente persuadindo com palavras macias 90
Passando pela assembléia como um deus que favorece
Com a modéstia melosa se destaca entre os aglomerados
Tal das Musas sagrado dom aos humanos
Pois das musas e do franco-atirador Apolo
Machos cantores existem sobre o chão e citaristas 95
A partir de Deus Reis Afortunado aquele que as musas
amarem Doce dele pela boca corre o canto
Pois se um pranto possui Um luto fresco no íntimo
Seca um coração acometido Mas se um aedo
criado das musas Glórias dos primeiros homens 100
cante e os venturosos deuses que possuem o Olimpo
Ligeiro das ansiedades se esquece nem das ocupações
se lembra Logo desviado pelos dons das musas
Alegrai crianças de Deus ! Dai amável canto !
Glorifique dos imortais o sagrado gênero dos que sempre são 105
Os que da terra brotaram e do céu astroso
E da noite sombria os nutriu o salgado mar
Diga como primeiro os deuses e a terra nasceram
E rios e o mar ilimitado que inchado revolve
E os Astros lamperosos por cima do céu vasto 110
Os que deles deuses nasceram doadores de bênçãos
Como riquezas dividiram e honras partilharam
E como antes tiveram o multicume Olimpo
Estas me fale oh musas de olímpios domínios
Do princípio diga o que primeiro veio deles



[Tradução por Alexandre Magalhães]