sexta-feira, abril 18, 2008

Canto do Coro no Édipo Tirano - Sófocles

Bem, a perguntas insistentes vou postar uma tradução em verso livre da fala do coro no auge da peça de Sófocles. O coro entra logo que o tirano descobre tudo e sai deseperado com o mensageiro e o pastor. Esse canto precede a fala do segundo mensageiro que descreve a cena de suicídio de Jocasta e o auto cegamento do rei e antecipa algumas coisas.


Édipo Tirano - vrs 1186 - 1222


Ah laia de mortais!
Assim, igual ao nada,
o teu viver eu enumero.

Pois Quem? Qual homem
a prosperidade plena suporta?
E tendo este parecer
julgado, o declina?

Tão seu, tendo este paradigma,
tão seu este demônio, tão seu,
bruto Édipo. Dos mortais,
nenhum estimo.

Algum que, segundo a hipérbole,
flechou, conquistou a
próspera graça de todos,

A Deus, conforme pereceu
a dama de unhas curvas
com o cantoráculo, dos mortos, no meu
local uma torre ergueu;

De onde clama o
Meu rei, e muito honrado
foi, na magnífica
Tebas reinando.

E agora? Ouve-se de alguém mais sofrido?
Quem nas aflições e agruras? Quem na penúria
residente, no revés da vida?

Ah, aclamado Édipo chefe,
Um vasto porto, o mesmo recebeu
filho e pai, no deitar ao leito.

Como foi? Como as paternas,
tua fenda suportou, desdita,
E no sigilo foi capaz, tão forte?

Clareou-te contrário Crono, que tudo vê;
E dita descasado o casal antigo
Que provendo se prova com o filho.

Ah de Laio, o menino,
Seria tu este, seria se nunca me admirasse.
Pois lamento como enchendo de gemidos

Da boca o reto falar,
suspirei de ti
E adormeci meu olho.