quarta-feira, maio 23, 2007

Tradução do Poema - T.S. Eliot - A Terra Gasta - O Enterro dos Mortos -

O Enterro Dos Mortos
Tradução por Alexandre Magalhães

ABRIL é o mais cruel dos meses, brotando
Lilases da terra morta, misturando
Memórias e desejos, estimulando
Raízes inertes com chuvas de primavera.
Aquecia-nos o inverno, cobrindo
A terra com a neve do esquecimento, nutrindo
Com secos tubérculos vidas inferiores.
O verão nos surpreendeu, vindo sobre o Starnbergersee,
Com um temporal; Paramos junto aos pórticos,
E fomos então, na luz do sol, para dentro do Hofgarten,
E bebemos café, e por uma hora falamos.
Bin gar keine Russin, stamm’ aus Litauen, echt deutsch.
E quando crianças, hospedados com o arquiduque
Meu primo, ele me levou em um trenó,
E eu estava assustada. Ele disse, Maria,
Maria, segure firme. E a descer nós fomos.
Nas montanhas, lá você se sente livre.
Muito da noite eu leio, e vou pro sul no inverno.

Quais são as raízes que agarram, que galhos crescem,
Deste entulho empedrado? Filho do homem,
Você não pode dizer, ou supor, pois sabe apenas de
Um feixe de imagens quebradas, onde o sol bate,
E a árvore morta não dá abrigo, o grilo não consola,
E na pedra seca nenhum som de água. Só existe
Sombra debaixo dessa rocha rubra,
(Entre embaixo da sombra dessa rocha rubra),
E lhe mostrarei algo diferente de ambos
Sua sombra de manhã alongando atrás de você
Ou sua sombra à tarde se erguendo para te encontrar;
Eu lhe mostrarei o medo num punhado de pó.
Frisch weht der Wind
Der Heimat zu
Mein irisch Kind,
Wo weilest du?
“Você primeiro me deu jacintos, um ano atrás;
“Chamavam-me a moça dos jacintos.”
- Ainda quando voltamos, tarde, do jardim dos jacintos,
Teus braços cheios, teus cabelos molhados, Eu não pude
Falar, e os meus olhos falharam, Eu não estava
Vivendo nem morto, Eu nada sabia,
Olhando dentro do coração da luz, o silêncio.
Oed’ und leer das Meer.

Madame Sosostris, famosa clarividente,
Teve um forte resfriado, mesmo assim
É conhecida por ser a mulher mais sábia da Europa
Com um baralho malicioso. Aqui, ela diz,
Está sua carta, o Marinheiro Fenício afogado.
(Estas são pérolas que foram seus olhos. Olhe!)
Aqui está Belladonnna, a dama das rochas,
A senhora das situações.
Aqui está o homem com três cajados, e aqui a roda,
E aqui está o mercador caolho, e esta carta,
Que é branca, é algo que ele carrega nas costas,
E que eu estou proibida de ver. Não encontro
O Enforcado. Tema morte pela água.
Eu Vejo muitas pessoas andando em circulo.
Obrigado. Se você encontrar a querida Sra. Equitone,
Diga a ela que levo o horóscopo eu mesma:
É preciso ser tão cuidadoso hoje em dia.

Cidade irreal,
Sob a neblina marrom de uma aurora invernal,
A turba fluía sobre a London Bridge, eram tantos,
Jamais pensei que a morte havia desfeito tantos.
Suspiros, raros e curtos, eram exalados,
E cada homem fixava seus olhos ante aos pés.
Fluíram morro acima e pela King William Street,
Até onde Saint Mary Woolnoth guarda as horas
Com um surdo som ao final da nona badalada.
Lá eu vi um conhecido, e, e parei-o gritando: “Stetson!
Você que estava comigo nos barcos em Mylae!
O cadáver que plantou em seu jardim, ano passado,
Já começou a brotar? Vai florescer este ano?
Ou a súbita geada perturbou seu leito?
Oh mantém o cão preso ao longe, é um amigo do homem,
Ou com as unhas ele vai desenterrá-lo de novo!
Tu! Hypocrite lecteur! – mon semblable, - mon frère!”